terça-feira, 8 de novembro de 2011

Juízes Federais palestram na FAIS sobre a importância da Mediação e Negociação





Os acadêmicos do 8º Semestre do curso de Direito, sob a orientação do Coordenador de Trabalhos Interdisciplinares, Profº. Me Tiago Rabelo Salles, realizaram uma palestra nas dependências da Faculdade de Sorriso (FAIS), sobre o tema "Mediação e Negociação", sob a mediação do Prof. Walter Rapuano. “Idealizamos esta palestra porque não consta na grade curricular do curso de Direito”, afirmou na abertura do evento a coordenadora do curso de Direito, Profª. Me. Rosane Abreu.

A ocasião foi considerada inédita pelo principal palestrante da noite, Dr. Luis Aparecido Ferreira Torres, Juiz do Trabalho, lotado no Núcleo de Conciliação do TRT da 23ª Região. Também palestrou a Dra Marta Alice Velho, Juíza Titular da Vara do Trabalho de Sorriso.

Dra. Marta explicou que atualmente o Judiciário brasileiro dispõe de três formas para solucionar os conflitos trabalhistas: auto-tutela, auto-composição e hetero-composição.

Devido ao número de processos em trâmite, tornou-se obrigatório o juiz tentar a conciliação entre as partes, tanto no início quanto no fim da audiência. Se assim não fizermos, explicou a Magistrada, o processo pode tornar-se anulável. O termo de Conciliação torna-se um título executivo judicial, só desfeito com Ação Rescisória.

Já o Magistrado, Dr. Luis Aparecido afirmou que só no ano passado (2010) o Judiciário brasileiro recebeu em torno de 17,5 milhões de processos trabalhistas. “Isso tem ocorrido porque a União traz conceitos velhos de que não se deve conciliar. E justamente o Estado é o maior cliente do Judiciário com 53% das demandas”, disse.

Em sua palestra, o Magistrado deixou claro que negociação não se faz com lei – que é um mero instrumento. “A melhor sentença vem das próprias partes. Sempre a sentença do juiz deixa uma (quando não as duas) descontente”, afirmou baseado na experiência que possui.

Atualmente, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça - CNJ, um processo em primeira instância custa ao Estado mais de R$ 1.300,00; em segunda instância mais de R$ 3.000,00 e passa dos R$ 5.000,00 nas instâncias finais.
 
“Por isso é importante a Conciliação, pois além de mais econômico para as partes e para o Estado, traz a paz social”, frisou Dr. Luis, afirmando que em muitos processos não é possível a conciliação devido a mágoa de uma/duas parte/s. “Nem se trata de dinheiro, e sim do orgulho ferido. Nota-se muito na audiência de conciliação o conteúdo emocional, que foge do conteúdo processual”, afirmou.

Está claro que a conciliação é um negócio viável. Porém, em muitos casos este avanço no processo não é possível devido a interrupção dos próprios advogados das partes.

“Advogados e juízes deveriam aprender mais sobre Conciliação. Não há nada mais perverso do que a sentença, mas assim é o sistema”, finalizou Dr. Luis.

FONTE: Imprensa FAIS

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